Último Filme que Viste?

Antes de mais, Frank Miller não tem experiência nem currículo para se estrear sozinho na realização de um filme cujas responsabilidades pesavam imenso no resultado final não só pelo empenho que este exigia mas também por se tratar de uma das mais esperadas películas do ano. E essa realização precoce resulta num filme que poderia dar mais e melhores frutos que deu, mas no entanto, o balanço final não se torna assim não negativo como as críticas que tem saído em todo o mundo relativamente a Spirit, de Frank Miller.

Uma das sequências mais ansiadas pelo público mostrou-se também em baixo: o genérico é tosco, pouco convincente e mal aproveitado, sendo também a antevisão do grafismo pobre que o filme possuí, andando este no limiar do trabalho, que por exemplo, Sin City nos ofereceu com um conceito muito semelhante ao Spirit (note-se apenas a eliminação do THE para a tradução do título português. Foi devidamente escolhido deixem-me dizer, ao contrário do Brasileiro, que, como já é habitual, se tornou desnecessário: The Spirit - O Filme)

Num progresso duradouro de desilusões, segue-se também Samuel Jackson como Polvo / Octopus (nome cujo não deveria ter sido traduzido) que é focado de um anglo pouco preciso e característico, perdendo o devido protagonismo que a personagem merecia. E este erro deve-se não só à realização que lhe lançou um olhar bem magro, mas também a Samuel que tenta desesperadamente para ganhar prestígio nesta personagem e o seu talento foi desde muito cedo, escasso, não acrescentando nada de positivo a Octopus.

Falando agora do leque de musas que Spirit espalha: Eva Mendes consegue captar a sensualidade da personagem Sand Saref, para grande surpresa minha, sendo ela um centro que todos (principalmente os do sexo masculino) esperam para ver, não só fisicamente, mas a sua personalidade suavemente violenta é alvo que admiração, pela qual devemos felicitar Eva (e os seus progenitores). Scarlett Johansson como Silken Floss é o derradeiro ícone do humor negro do filme e o seu carisma é facilmente transportado em cena e perceptível pelo público, pedindo também que este apareça mais. Jaime King reproduz o seu papel em prol de uma personagem de uma relevância muito baixa, ou seja, de uma nutrição praticamente inexistente, sendo esta díficil de avaliar.

Revelando então um bocado do seu enredo e premissa: Denny Colt torna-se o oculto herói Spirit após ter já morrido como polícia, tendo como missão salvar a sua cidade de tudo o que há mal nela, tentando exterminar o seu pecado totalmente. Em forma de escolher um caso específico para a maldade existente, é Polvo (Samuel Jackson) que procura a Imortalidade como meio de potencializar o seu já forte poder, sem olhar a meios para atingir o seu fim, derrubando todos que aparecem no seu caminho. Envolvida nesta busca encontra-se Sand Saref (Eva Mendes), que paixão da infância de Denny, tentando também esta estorquir-lhe jóias, a sua busca que iniciara desde que fugira da cidade, em adolescente. Sabendo que esta se encontra perto de si, Spirit tenta travar a procura de Polvo e alcançar Sand, que perdeu desde que esta se fora embora.

Para finalizar, aquela narração final e sentimental feita por The Spirit / Denny Colt (Gabriel Macht) ainda que consiga genéricamente resultar, já se tornara a algum tempo, um cliché bem gasto, assim como os monólogos que numa tentativa se serem poéticos e poderosamente líricos, não o são não só pelo conteúdo em si mesmo, mas pela expressão oral, que não cativa o espectador, tornando-se esta lenta e repetitiva.

Spirit é relativamente bom, mas não é da mesma fonte que jorrou 300 ou Sin City.

O MELHOR: A trupe ou a equipa de Polvo, sem este íncluido, e o seu humor negro dão uma outra luz ao filme. E Scarlett Johansson revela agora mais do que nunca que não prima só pela sua beleza;

O PIOR: The Spirit / Denny Colt / Gabriel Macht não ganha credibilidade à medida que o enredo se vai desenrolando;

MORTE SÚBITA: As apreciações extremamente negativas ao filme, quando, por ter desiludido nem estado ao nível dos anteriores em que Miller assinou, sofreu de uma exagerada e vasta saga de críticas negativas, e até mesmo insultuosas;

6/10.